Quem Dizem que Eu Sou? *O Messias Divino

15/09/2019

Marcos 8:27-29 

"No caminho, ele lhes perguntou: "Quem o povo diz que eu sou? " Eles responderam: "Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, um dos profetas". "E vocês? ", perguntou ele. "Quem vocês dizem que eu sou? " Pedro respondeu: "Tu és o Cristo". Mt 16:16; Jo 6:69

"O povo está perdido na questão crucial da vida (8.28). A multidão tinha opiniões acerca de Jesus e não convicções.(...) O povo tinha uma visão distorcida de Jesus, pois o via apenas como um grande mensageiro de Deus e não como o próprio Deus encarnado. Havia muitas opiniões entre o povo sobre Jesus, exceto a verdadeira. Essa realidade perdura ainda hoje. Muitas pessoas ouvem falar, até mesmo o confessam, mas não o conhecem como o verdadeiro Deus.

Se você não souber com clareza quem é Jesus, você estará perdido na questão mais importante da vida.(...) Se você não discerne claramente quem é Jesus, não pode ser considerado um cristão. O cristianismo é muito mais do que um conjunto de doutrinas, Ele é uma Pessoa. O cristianismo tem a ver com a Pessoa de Cristo. Ele é o centro, o eixo, a base, o alvo e a fonte de toda a vida cristã. Fora dele não há redenção nem esperança. Ele é a fonte de onde procedem todas as bênçãos."

Vemos em Marcos 8.27-29 o que dois conjuntos de pessoas (discípulos e não discípulos de Jesus) criam acerca de Jesus. Tendo em vista a importância de se ter uma crença correta sobre a pessoa de Jesus, este artigo, é o primeiro de uma sequência que, tem por objetivo de analisar (de forma resumida) o que Jesus pensava e ensinava sobre si próprio, explorando os títulos "Messias", "O Filho de Deus" e "O Filho de homem".

Sabemos, pelas cartas de Paulo, que no período de 20 anos após a morte de Jesus ele era considerado e adorado por seus contemporâneos como Deus encarnado (Fp 2.5-7; Rm 9.5; 2Co 4.4). É inexplicável o modo como judeus monoteístas puderam ter atribuído divindade a um homem que eles seguiram durante os anos em que viveu aqui, se ele mesmo nunca fez tal alegação nesse sentido. O monoteísmo era o coração do judaísmo, e teria sido uma blasfêmia dizer que um ser humano era Deus. No entanto, era precisamente isso que os primeiros cristãos proclamavam e nisso criam em relação a Jesus! Tal alegação deve ter raízes nos próprios ensinamentos de Jesus. E de fato encontramos nos ensinamentos e ações de Jesus alegações pessoais tanto implícitas quanto explicitas que implicam sua divindade.

Jesus "Messias"

A palavra grega para Messias é Christos, ou seja, Cristo. Os primeiros cristãos associavam esse título de forma tão intima a Jesus que ele se tornou praticamente um nome próprio: "Jesus Cristo". O próprio termo utilizado para descrever seus seguidores, "os cristãos", demonstra o quanto era central sua crença de que Jesus era o Messias prometido.

A questão é uma só: De onde eles tiraram essa ideia? (...)

Há boas evidencias de que Jesus, de fato, pensava ser o Messias. Podemos perceber isso, por exemplo, na famosa história da confissão de Pedro Mc 8:27-29 (a qual Ele não negou ou corrigiu a Pedro).

Seria natural que as pessoas daquela época estivessem interessadas em saber quem Jesus alegava ser. (...) Sem dúvida os próprios discípulos, que deixaram família e emprego para seguir a Jesus, devem ter perguntado eles mesmos a quem estavam seguindo! A resposta de Pedro a Jesus é confirmada de forma independente em João 6.69, onde Pedro diz: "E nos cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus".

Outra história que ilustra a consciência que Jesus tinha de si mesmo como o Messias é a história da resposta de Jesus a João Batista na prisão (Mt 11.1-6; Lc 7.19-23). (...) João manda perguntar a Jesus: "Tu es aquele que deveria vir, ou devemos esperar outro?". (...)João Batista parece estar duvidando de Jesus. A expressão "aquele que deveria vir" remete a profecia de João sobre "aquele que vem depois de mim" (Jo 1.27; Mc 1.7). A resposta de Jesus é uma combinação de profecias extraídas de Isaias 35.5-6; 26.19; 61.1, sendo que a última delas explicitamente menciona ser o Ungido de Deus. (...)

No entanto, até mais convincente do que as palavras de Jesus são as suas ações, que revelam seu senso de ser o Messias. Sua entrada triunfal em Jerusalém foi uma afirmação dramática e provocativa de seu status messiânico. A história é contada de forma independente por Marcos e João (Mc 11.1-11; Jo 12.12-19). Eles, no entanto, estão de acordo quanto ao coração da história: uma semana antes de sua morte, Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumentinho e foi saudado pela multidão que ali se reunira para a festa da Páscoa que exclamava: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor antecipando a vinda do reino de Davi.

Ao montar um jumentinho e entrar em Jerusalém Jesus estava deliberando cumprindo a profecia de Zacarias 9.9:

"Alegra-te muito, ó filha de Sião! Exulta, ó filha de Jerusalém! O teu rei vem a ti: ele é justo e traz a salvação, ele é humilde e vem montado num jumento, num jumentinho, filho de jumenta."

Jesus estava alegando, de modo deliberado e provocativo, que era o rei prometido a Israel. (...) Durante a semana seguinte, Jesus de fato causou algum tipo de tumulto no templo em Jerusalém, o que provocou uma interrupção temporária das atividades comerciais no local. A última sentença da profecia de Zacarias e: "Naquele dia não haverá mais comerciantes no templo do SENHOR dos Exércitos" (Zc 14.21). Jesus está deliberadamente cumprindo essas profecias, reafirmando sUa autoridade sobre os recintos mais santos do judaísmo.

O templo aparece novamente no julgamento de Jesus. (...) Jesus proferiu uma profecia sobre a destruição do templo (Mc 14.58; Jo 2.19), a qual as autoridades judaicas buscaram virar contra ele. Na literatura judaica dos dias de Jesus, Deus era identificado como aquele que constrói o templo e ameaça destrui-lo. Nos manuscritos do mar Morto, o Messias é chamado de o Filho de Deus, aquele que construiu o templo (4Q174). Em seu julgamento, Jesus é acusado de ter dito a mesma coisa. (...) "Tu és o Cristo, o Filho do Deus bendito?" (Mc 14.61). Essa acusação mostra que Jesus fora levado a julgamento por causa de suas alegações messiânicas.

A sobreposição de tantos fatores, (...) ajudam a compor um quadro de defesa cumulativo no sentido de que Jesus, de fato, via a si mesmo como o Messias dos judeus.

O que Jesus quis dizer?

"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi concedido. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz" (Is 9.6)

(...) deve ser dito que a figura do Messias em vários escritos judeus anteriores à era cristã é a de uma figura extraordinariamente exaltada.

Nessa passagem o título "Deus Forte" é atribuído ao Messias, cujo reino, segundo afirma Isaias, não terá fim. (...) a ideia do Messias como uma figura divina, celestial estava em vigor nos dias de Jesus.

Quando se chega à compreensão que Jesus tinha de si mesmo, observe que João Batista é descrito como o cumprimento das profecias de Malaquias e Isaías de um mensageiro que clama no deserto:

"Enviarei o meu mensageiro, que preparara o caminho diante de mim; e de repente o Senhor, a quem buscais, o mensageiro da aliança, a quem desejais, vira ao seu templo. E ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos" (Ml 3.1).

"Voz do que clama: Preparai o caminho do SENHOR no deserto; endireitai ali uma estrada para o nosso Deus" (Is 40.3).

Em Mateus 11.10 e Lucas 7.27 o próprio Jesus identifica João Batista como o mensageiro de Malaquias 3.1. Então, quem deve vir após o mensageiro, segundo essas profecias? É o Senhor, o próprio Deus? (...)Assim, a alegação de Jesus de ser o Messias poderia perfeitamente estar carregada de significado divino.

Pelo pr. Eder L. Souza

Bibliografia

livro Em Guarda de William Lane Craig
Comen. Expo. H. D. Lopes 

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